terça-feira, 31 de maio de 2011

o dom da espera - the gift of expectation

estendo meus braços para te encontrar. Com as mãos. Sinto os espinhos, a aspereza, o toque de um veludo usado demais. vou além e minhas mãos ganham o vazio. nem corpos, nem espinhos. nem eu.

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I reach out my arms to find you. Find you with my hands. I touch thorns, coarseness, worn, torn velvet. I reach out beyond and my hands are given emptiness. no bodies, no thorns, no me.

domingo, 22 de maio de 2011

despertar - awakening

Junto minhas roupas. Espalhadas pelo chão. Visto. Estou só mas é como se não estivesse. Tem olhos nas coisas. Por isso passo meus dedos sobre cada objeto a minha volta, na altura dos olhos que o objeto tem, para fechá-los.

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I pick up my clothes. They're everywhere on the floor. I put them on. I'm alone but it is as if I wasn't. Things have eyes. That is why I pass my fingers gently on every object around me, there where their eyes are, to slide their eyelids closed.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

surrounding noise - ruído circundante

it takes more than silence to listen

to yourself it takes more

than what you proprietarily think self is

to include what smart minds choose to miss -

dimensions obscure, delineated

in the blank spaces of the all-present you

you alienated.

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precisa mais do que silêncio para ouvir

o próprio eu precisa mais

do que o que você, com toda a propriedade, pensa ser esse eu:

há que incluir aquilo que pensadores brilhantes escolhem evitar -

dimensões obscuras, o mundo delineado

nos espaços em branco do eu onipresente

o eu alienado.