Me retiro da minha identidade para saber-me parte. Um filamento na asa do pássaro que sobrevoa o infinito, pedrinha que escorregou para o abismo, a primeira vez que o recém nascido enche os pulmões, e a última expiração de quem perdi, e de quem nem conheço. Amar é fazer o percurso do rio até onde ele se perdoa e deságua no oceano. Eu amo o som da água em movimento e você que me lê, atento, porque me retirei e sou tudo, e tudo é fonte interminável de expansão. Nos vejo impressos agora no limite da compreensão do universo, como tentativas e realizações, como planos e a concretização de planos. Quando olho à frente vejo a eternidade, e quando olho para trás, também. Me dê sua mão, estenda seu olhar, percorra além, perdoe-se por ir e por chegar. Enquanto somos nós, fazemos sombra. Mas como parte da luz nada nos detém ou conclui.
I withdraw from identity to know myself as part. A figment of the bird's wing that hovers infinity, the pebble that slipped into the abyss, the new-born's first breath, and the last time the ones I lost – and the ones I don't even know - breathed out. To love is to follow the river's course up to where it asks for forgiveness and disembogues into the ocean. I love the sound of the water moving - and you who read me, because I withdrew and I am all, and all is an endless source of expansion. I now see us stamped on the threshold of understanding the universe, as attempts and accomplishments, as plans now made concrete. When I look ahead I see eternity, and when I look back I see it too. Give me your hand, look further, walk beyond, forgive yourself for leaving, and for arriving. We project shadows for as long as we remain ourselves. But as part of light nothing keeps us nor causes us to cease.
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