sexta-feira, 17 de junho de 2011

até onde podemos mudar as coisas

você é simples e os seus silêncios são planos. Por isso usei seu retrato em preto e branco para colorir, e acrescentei curvatura pronunciada aos contornos de sua face, espessura às sombrancelhas, abundância aos cabelos, feitos agora para cair sobre a testa. Para ver se sua planície de efeitos ganha relevo. Para ver se essa sua imagem lhe dá alguma ideia de variegar, colorir, fazer diferente. Não que a simplicidade não seja bela. Mas dependendo, ela não entretem. Coloco seu retrato, agora maquiado, no portaretratos. Depois, o portaretratos sobre a mesa no meio da sala.
vocé indaga "quem é?" Eu respondo "quem vocé queria que fosse?" A resposta, simples. O siléncio, plano.

(nosso convívio não é uma busca nem um encontro. sobrepomos nosso olhar para vermos melhor.)

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