No País onde Todos Dormiam, acordar doía muito. Era preciso um esforço extremo para abrir os olhos, quase como se fazê-lo fosse o sonho mais temido, e o pesadelo mais paralizante. No País onde Todos Dormiam, quem conseguisse, por fim, despertar, tinha de combater as próprias pálpebras, que insistiam em fechar. Tinha de enfrentar a moleza nos braços e nas pernas, a vontade horizontal aguda, o engano do cansaço de descanso infinito. E quem conseguisse, afinal, manter os olhos abertos, precisava lembrar bem dos seus sonhos para, desperto, ter onde ir. Pois a única coisa boa nesse País é que ele não tinha fronteiras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário